Lee Krutsch
A Dissecção da Imaginação - Os Instrumentos
Dadas as incertezas que me preocupam quando tento teorizar sobre o meu próprio trabalho artístico de forma profunda e séria mas tentando-o mesmo assim, foi feita uma breve pesquisa e estudo sobre os temas que foram englobados neste desenho - a patafísica como tema geral e abrangente da exposição e a imaginação e dissecção como temas específicos à obra - e logo que vi a oportunidade, deixei correr o pensamento, solto e sem limitações impostas pela razão, ciência ou lógica. Como é minha tendência e prática em grande parte das minhas criações, trabalhei no seguimento desse pensamento livre e caótico fixado por um único ponto de referência, o tema central, neste caso específico a imaginação. Correto ou não (as ideias foram deixadas à solta e por sua "livre vontade"), este foi o pensamento na origem do conceito:
"O que é a imaginação senão a soma das informações captadas, através dos órgãos sensoriais, acumuladas e conjugadas mais ou menos aleatoriamente para criar verdades ou ficções alternativas?
Será um processo tão simples e cientificamente explicável?"
Para mim, esta linha de pensamento ocorre naturalmente dada a minha existência com ser criativo (autoproclamado). Pela tendência de deixar descarrilar o pensamento para vias do absurdo, cómico, literal, a resposta à última pergunta são outras que resultam numa teorização quase infantil do tema:
"E se é uma questão, a da imaginação, tão científica e simples? Como é estudada a questão? Através da psicologia? E se fosse um processo muito mais palpável, mais físico? Daria para estudar a questão a nível material? Daria para partir a imaginação nas suas peças mais pequenas?"
Para este desenho, usando técnicas para mim mais familiares e confortáveis (unicamente ultrapassando a zona de conforto pela dimensão) quis ir ao encontro da sua génese no pensamento absurdo, procurando inspiração nas minhas principais influências artísticas: a banda-desenhada, o fantástico e o cómico. Optei por usar a tinta da china, pincel e caneta de tinta para, em papel cenário, criar um efeito de banda-desenhada - pelo traço e pela cor e subtil textura do suporte.
Surge então, após vários estudos e esboços: "A Dissecção da Imaginação - Os Instrumentos". Poderá ser a primeira parte dum guia prático. Poderá também ser um cartaz com o propósito de decorar uma sala de consulta ou então uma cábula para um cirurgião instruído no procedimento poder relembrar alguns detalhes. Poderá ser também apenas o que é. A peça tem como único objetivo dar um empurrão no pensamento do observador para pôr a sua imaginação em andamento.
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