(até 4 de Fevereiro, de 3ª feira a Sábado, das 15h00 às 19h30)

À quoi bon ? (à propos d’une lettre), fotografias de Teresa Figueira
“A Carta de Lord Chandos”, de Hugo von Hofmannstahl (1874-1929), e a reflexão que esta obra encerra sobre o sentido e a possibilidade da arte, servem de mote ao trabalho plástico de Teresa Figueira, que se interroga sobre a possibilidade de criar a partir de um texto sobre a vontade de renunciar, em consciência, ao acto criativo e sobre a própria impossibilidade de comunicar. Haverá resposta possível à carta de Lord Chandos?
O trabalho de Teresa Figueira decompõe-se em três partes. O primeiro (intitulado À quoi bon ?) constitui um percurso pela obra de Hofmannstahl, que leva do projecto à dúvida e desta à conclusão final sobre a impossibilidade da obra (isto é, de toda a obra). O segundo (Trying to act casual) é constituído um conjunto de quatro fotografias que incarna a tentação de silenciar aquela reflexão, dissolvendo-a nos rituais vazios da existência. O terceiro (Tomorrow never knows) é composto por nove fotografias, que pretendem ser outras tantas centelhas de vida a romper o manto opaco do silêncio, traduzindo a irrepetível experiência de uma viagem singular por um quotidiano anónimo e vulgar; da consciência da inutilidade de dizer nasce a consciência da responsabilidade de ver e de pensar e em vez de “para quê?”, a pergunta que surge é antes “para onde?” – e a resposta, por pura intuição, é que “amanhã nunca se sabe”.
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