Paulo Paz
pink-hole
Vamos começar por arrancar as pernas e os braços ao gajo. Bem, pensando melhor, talvez seja suficiente queimarmos as ruivas. A audiência está sempre garantida. Mas a forca é muito mais popular que a roda e é preciso não esquecer a guilhotina. E gravar. Porque quando não houver mais ideias podemos sempre rever e mostrar aos amigos e aos desconhecidos.
Tendo em conta que há sempre alguém, ou não, a ver o que fazemos. Mas não importa. O que importa mesmo é saber que de alguma forma estamos sempre visíveis para quem quiser ver o que estamos a fazer que é quanto mais melhor.
Aqui, parece que cada um de nós se põe na posição do preso e revela tudo o que tiver. Quanto mais melhor, para um vazio onde se pode ser qualquer pessoa em qualquer parte. Ou simplesmente nada. Ou ninguém.
Claro que não podemos esquecer-nos de que nada disto é real. Que isto não passa da visibilidade que fabricamos de nós mesmos. E isso é que importa.
E como a pena de morte parece algo muito físico e real, podemos sempre ficar pela prisão perpétua.
Afinal, que crime cometi para ter de explicar a toda a gente tudo que faço? A que horas levei os miúdos à escola, a cor da minha camisola nova, quantos pares de meias comprei, o que almocei, com quem, onde e a que horas? Já agora quanto paguei também.
Também convém dizer quando vou à casa de banho…
Entre o suplício coercivo aplicado ao corpo físico e o auto-inflingido mental (e virtual) aplicado à alma do ser humano fica o ´pink project`...
Afinal de contas, o mundo é governado por extraterrestres!
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