Negar o tempo é duas negações: negar a sucessão dos termos de uma série, negar o
sincronismo dos termos de duas séries. De fato, se cada termo é absoluto, suas
relações se reduzem à consciência de que as relações existem.
Que extraordinário pensar que dos três tempos em que dividimos o tempo – o
passado, o presente, o futuro – o mais difícil, o mais inapreensível seja o presente!
O presente é tão inapreensível como o ponto.
Não sei qual será a opinião de meu leitor. Não pretendo saber que coisa é o tempo
(nem mesmo se é uma ‘coisa’), mas intuo que o curso do tempo e o tempo são um
único mistério, e não dois.
Nova Refutação do Tempo, Jorge Luis Borges
2 comentários:
gosto do aspecto geral destas séries...
neste caso é sempre a mesma foto não é?
é sim h
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