Como todas as coisas, o destino de Pedro Salvadores parece-nos um símbolo de alguma coisa que estamos
quase a compreender.

Aqui começa realmente a história de Pedro Salvadores. Viveu nove anos na cave. Por mais que nos digamos
que os anos são feitos de dias e os dias de horas e que nove anos é um termo abstracto, uma soma impossível,
esta história é atroz. Suspeito que na sombra que os seus olhos aprenderam a decifrar não pensava em nada,
nem sequer no seu ódio ou no perigo. Estava ali, na cave. Alguns ecos desse mundo que lhe estava vedado
chegavam-lhe de cima: os passos habituais da mulher, o barulho de tacões ou de baldes, a pesada chuva no
pátio. E cada dia, além disso, podia ser o último.
(Pedro Salvadores, Jorge Luis Borges)
(Pedro Salvadores, Jorge Luis Borges)
3 comentários:
epá (não o gelado)... esta série está mesmo muito boa, meu pai perneta preferido!
:)
normalmente não percebo bem a ideia das montagens.. mas gosto :)
Gosto imenso, priminho! Faz-me lembrar o Gursky...apesar de nada ter a ver...mas o efeito...Beijo. AJúlio
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